quinta-feira, 2 de julho de 2009

A ÁGUIA E AS GALINHAS




Era uma vez um bebê-águia recém-nascido, super-entusiasmado em estar aqui neste mundo, para aprender o que lhe reservavam as grandes aventuras que se descortinavam diante de si... Mãe-águia o levava juntamente com seus irmãos e irmãs águias para seu primeiro e glorioso vôo, o qual seria a primeira oportunidade para abrirem as asas. Vocês podem vê-los, preparando-se para aquele primeiro salto para fora da segurança do ninho, com aquela mista sensação de ansiedade e excitação? Observem agora aquele bebê-águia, voando com as outras jovens águias e sua mãe, que tão orgulhosamente as encoraja, dizendo: “Vão por aqui... Abram suas asas e voem! Vejam a amplidão deste mundo e quão fortes vocês podem ser.” Mas as asas daquele bebê-águia não eram tão fortes quanto as dos outros e ele ficou atrás do grupo, tentando alcançá-los... E ao abrir ainda mais as asas, começou a vacilar... Ele não sabia porque não conseguia ser tão forte quanto os demais. E as outras jovens águias, acompanhando sua mãe, somente olhavam para a frente, não notando que ele começava a perder a resistência, rodopiando em direcção ao solo... Tão zonzo ficou que não percebia para onde ia... E nenhum deles notou que ele não estava mais com o grupo. O bebê-águia acabou descendo em uma granja de galinhas e se perguntou: “Onde estou? Sinto-me tão estranho…” Desnorteado por algum tempo, não percebia realmente qual era sua nova realidade. Olhou para o alto e viu a mãe-águia e seus irmãos se distanciando... Sentiu-se abandonado, como se eles nem se importassem... Mas decidiu recompor-se, percebendo que suas asas haviam se danificado e que, por ora, ele não tinha como voar de novo... Olhando ao redor, viu-se rodeado por todos os pintaínhos daquela granja, os quais eram também recém-nascidos. Aproximaram-se pois com a mãe-galinha e pai-galo, que lhe disseram: “Você é, sem dúvida, uma ave, mas muito diferente de nós. Mas vamos acolhê-lo sob nossas asas e aceitá-lo com amor incondicional. Sinta o amor que lhe temos… Não nos importa se você é diferente ou que tenha asas desajeitadas e quebradas. Não sabemos de onde você veio mas, para nós, você desceu do céu para ser parte de nossa família. Cuidaremos de você e o amaremos até que esteja novamente pronto para alcançar vôo e descobrir qual é o seu lugar”. E aquele bebê-águia se sentiu tão amado... E ele não se importou com o modo como as coisas aconteceram ou que talvez ele devesse seguir outro caminho, pois recebia amor e apoio incondicionais... E começou a comportar-se como uma galinha, embora essa não fosse sua verdadeira natureza. E dia após dia crescia e se fortificava, testando suas asas. Começou a realizar vôos curtos, embora soubesse não ser capaz de voar alto o suficiente, onde poderia reencontrar sua família original. Mas chegou o dia em que sua mãe verdadeira lhe procurava. Todas as outras jovens águias haviam partido, tendo-se tornado fortes para seguirem seus próprios caminhos. E aquela mãe-águia finalmente conseguiu encontrar o bebê-águia de quem sentira tanta falta... Ela o apanhou e lhe disse: “Despeça-se de sua família adoptiva, porque você agora comigo retornará, para que eu lhe mostre quem você verdadeiramente pode ser.” E, com lágrimas nos olhos, o bebê-águia disse adeus a eles: “Eu também lhes amo a todos incondicionalmente! Muito obrigado por me acolherem e me mostrarem que a vida pode ser uma aventura, mesmo que tomemos um caminho diferente”.

Onde quer que a vida nos leve, podemos descobrir alegria com outros que nem pensávamos pudessem ser parte de nossa família. E se abrirmos nossos corações e mentes, poderemos encontrar um lar em algum lugar... E aquela mãe-águia ajudou o bebê-águia a erguer-se, dizendo: “Voe! Abra suas asas!” E ele o fez, pois sabia que seus esforços anteriores o tinham tornado, em verdade, ainda mais forte. E, ao alçar vôo e distanciar-se, sobrevoou uma vez mais a granja, para despedir-se daqueles que tanto lhe haviam dado... e disse: “Voltarei para visitá-los! Eu me sinto seguro! Eu me sinto forte! Vocês sempre estarão em meu coração e meus pensamentos! Jamais me esquecerei do que me deram!” E, ao voar para longe, contemplando as próximas aventuras que o aguardavam, acrescentou: “Obrigado por me mostrarem que existem maneiras diferentes de viver a vida! E agora é hora de abrir minhas asas e voar!” AGORA É HORA DE DAR O QUE RECEBI... LUZ.

1 comentário:

  1. Será que a menina Manuela, se vê como o bebê-águia?...então é hora de dar, a tal luz...não é?

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