quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Quem é você?





Quando eu pergunto "Quem é você?", se você de facto olhar para dentro, só terá uma resposta: "Não sei". Tudo o que disser será apenas uma lembrança, não você de verdade.
Aqueles que sabem quem são guardam silêncio sobre isso. Pois, se toda a memória for descartada e toda a linguagem for descartada, então quem eu sou não pode ser dito. Eu posso olhar dentro de você, posso dar a você um gesto; posso ficar com você, com todo o meu ser - essa é a minha resposta.
Mas a resposta não pode ser expressa em palavras, pois tudo que é expresso em palavras faz parte da memória, da mente, não da consciência.
Como se livrar das lembranças? Observe-as, testemunhe-as. E lembre-se sempre: "Isso aconteceu comigo, mas isso não sou eu." É claro que você nasceu numa determinada família, mas isso não é você; aconteceu com você, é um acontecimento externo a você. Alguém lhe deu um nome; você o tem usado, mas ele não é você. É claro que você tem uma forma, mas a forma não é você; ela é só a casa em que por acaso você está. A forma é só o corpo em que por acaso você está. E o corpo lhe foi dado por seus pais - é uma dádiva, mas não é você.
Observe e tenha discernimento. Isso é o que no Oriente chamam de vivek, discernimento - você usa o tempo todo a sua capacidade de discernir. Continue fazendo isso - chegará um momento em que você terá eliminado tudo o que não é você. De repente, nesse estado, você se olha pela primeira vez e encontra seu próprio ser. Continue jogando fora todas as identidades que não são você - a família, o corpo, a mente. Nesse vazio, quando tiver jogado fora tudo o que não for você, de repente seu ser vem à tona. Pela primeira vez você encontra si mesmo, e esse encontro passa a ser o domínio.

Osho.
CARPE DIEM

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