domingo, 11 de outubro de 2009

ACORDAR…









O ego é tudo o que nos obriga a esconder a nossa pureza, a nossa inocência, a nossa bondade, o amor que temos por nós e pelos outros, é o que nos impede de viver apenas o presente É o que nos impede a vivência da pura alegria e felicidade, do bem estar incondicional e da aceitação total de todas as diferentes experiências da matéria. O Ego é a reacção, a repetição, a não evolução, a não mudança, é o controle sobre tudo e sobre todos. É aquela parte de nós que resiste às mudanças, que não abdica da razão e que faz tudo para manter a sua zona de conforto e controle em plena segurança.Ilusoriamente auto-suficientes e independentes e como tal, desligados de tudo, de todos.Todo o esforço é pouco para manter intacta a imagem e respectiva sensação de ser o melhor, para chamar à atenção. Há uma necessidade enorme do outro exterior pois é através dele que se consegue ser grande. Tudo se passa à volta de manter um pedestal e torná-lo o mais alto possível. Mas esse pedestal tem um senão… é frágil e muito solitário.Ao ver-se e sentir-se cada vez mais sozinho, as emoções de solidão e medo começam a tomar conta. Medo que algo ou alguém possa abalar esse pequeno ser frágil no meio de um mundo gigante e aparentemente caótico. O instinto de defesa, segurança, protecção passam a ser desmedidos. Por termos consciência da fragilidade do nosso ser, colocamos máscaras que simulam uma falsa força, independência, auto-suficiência, segurança. Tudo e todos passam a ser uma ameaça vistos como pequenos reinos espalhados pelo mundo cada um a fazer de tudo para defender o seu castelo. Só o tempo o fará perceber o quanto esse castelo é solitário, frágil e em última instância, ridículo. Controlar e manipular são as palavras de ordem do ego.
Ao contrário,a essência lembra-nos continuamente a importância de amar, perdoar, de sentir. Faz-nos observar a magia que vem da fragilidade, da humildade e propõem-nos assumir a responsabilidade por tudo o que nos acontece. É ela que nos inspira a desistir, a ceder, a pedir desculpa, a abdicar de ter razão. A essência não tem problemas em se mostrar frágil, vulnerável, humilde. Ela sabe que sem estas características, ela se perde facilmente, e ela não se quer perder. É ela que sabe tão bem encolher os ombros quando desiste de lutar pois sabe que a luta trás sofrimento. Dá-nos também a sensação da existência de algo maior do que nós, e dessa conclusão e respectivo sentimento, surge a reverência por algo superior. Faz-nos acreditar e lembrar que a nossa vida tem um propósito divino. Vivemos o descanso, a paz, a aceitação, a tranquilidade de que, o que quer que estejamos a passar, faz parte de um projecto maior nem sempre entendido mas tantas vezes sentido. Sentimos que alguém está tomar conta de nós. Sentimos também claramente os laços que nos ligam uns aos outros e tomamos consciência do diferente papel que cada um tem na nossa vida.Fluir e aceitar, são palavras de ordem.
O grande desafio da vida é a tomada de consciência destas duas energias em nós e de tudo o que elas nos fazem sentir. Seja a facilidade em sentir as energias e estados de espírito dos outros, seja a arrogância e incapacidade de nos fragilizarmos perante os outros, o desafio é reconhecer e aceitar as duas em nós e fazermos as pazes com elas. Mas para isso é preciso Despertar.
Falar em Despertar, implica que existe à partida um estado de adormecimento, um estado de não atento, de não consciente e logo de não escolha. É ainda o estado do ego. Quando Despertamos dá-se o acordar para a nossa verdadeira realidade divina, energética e espiritual. Vivemos num mundo dual e por isso tanto a tristeza como a felicidade tem que coexistir. A verdadeira felicidade é o equilíbrio das duas e não a rejeição do negativo e a busca frenética pelo positivo.
Começamos por viver numa escada descendente, em que nos distanciamos cada vez mais da nossa essência, em que o objectivo principal é sobreviver. É a sobrevivência do ego. É a luta, o confronto, a resistência em querer sempre mais seja a que custo for. Por ser simbolicamente uma escada descendente, ela aparentemente é fácil, mas também nos distancia cada vez mais do divino. São as perdas que nos fazem parar, questionar e em casos extremos, olhar para dentro em busca de resposta e ajuda.
Despertar é também a consciência de que somos seres com a responsabilidade por nós próprios, que temos o poder da escolha, de agir de acordo com aquilo que somos e que acreditamos, do que sentimos, sem deixar que os outros nos desviem do nosso caminho. A dor surge pela identificação do Ego com os problemas ou desafios.Quando despertamos custa-nos acreditar como andámos cegos durante tanto tempo, como escolhemos a violência em vez do amor em tantas situações, como todas as situações que passámos eram apenas testes à nossa capacidade de amar e por não sabermos ou acreditarmos nisto os fomos chumbando uns atrás dos outros.
Depois de alguns caminhos fortes na nossa vida começamos a perceber que este despertar para a nossa essência divina e a paz que daí advém, é a grande aventura da nossa vida e que sem isso, nada faz sentido. Mas para isso o Ego tem que morrer. Tem que se dar o Despertar.
Fomos ensinados e incentivados a viver deslumbrados com o mundo exterior, com os outros, com as aparências, com as coisas, com as máscaras. Chegamos mesmo ao ponto de acreditar que mudando, manipulando, comprando o exterior ao nosso belo prazer, que dessa maneira iríamos arrumando a nossa vida para finalmente podermos ser felizes. Fazemo-lo com as coisas e com as pessoas. Todos sabemos, nem que seja a um nível mais profundo do que o simples mental, que o caminho da liberdade e da felicidade não é de todo por aí.E quando mudarmos a nossa vida para melhor, mudamos quem está à nossa volta para melhor, seja a família, o trabalho…

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