sábado, 8 de outubro de 2011

Escorpião

Este que é um dos mais polémicos filhos do Zodíaco por se tratar de um signo de extremos e dado a atitudes radicais. Escorpianos, em geral, costumam ser pessoas com capacidade de enxergar a origem real das questões, não temendo ir ao encontro delas e muito menos receando buscar uma solução, ainda que dolorosa, e cortar o mal pela raiz quando há um problema. Em virtude disso, evitam agir procurando um "jeitinho" para as coisas, enfrentando as situações e obstáculos na base do "tudo ou nada" e do "doa a quem doer". Com isto, o seu sentido de finalidade faz com que coloque o seu poder de resolução acima de qualquer maneirismo ou floreio que possa lhe desviar daquilo que havia sido anteriormente proposto. Assim, dificilmente conseguem agradar a todo mundo e acabam vistos como pessoas difíceis e temidas. O real motivo de muitas de suas atitudes encontra-se no facto dos escorpianos possuírem uma percepção muito aguda de que, ainda que a vida não seja efémera justamente por causa de um lado dramático da existência humana, tudo acaba sendo passageiro pura e simplesmente porque nós e nossas relações, as coisas que possuímos, as acções e os empreendimentos que criamos e - por fim - o próprio tempo e o espaço, somos transitórios, tudo e todos estão sempre em transformação e mudança justamente porque o mundo precisa ciclicamente transmutar aquilo que está estagnado, superado e morto para que possa renascer numa outra forma e conteúdo, num novo horizonte e jornada. Escorpianos conseguem perceber também variações nos estados psicológicos e emocionais não apenas das pessoas, mas dos ambientes como um todo. Devido a isso, são capazes de - conscientemente ou não - proporcionarem alterações nesses estados psíquicos tendo em vista a criação de uma outra realidade e uma nova ordem das coisas. Aqui, começamos a vislumbrar o ponto crítico da existência escorpiana, que é a direcção e o sentido nos quais esse poder pessoal será empregado. De modo que a capacidade de forjar a mudança em pessoas e ambientes pode tanto promover a recuperação, o estímulo e a realização de desejos e objectivos pessoais e alheios como também pode enfraquecer, dividir e derrubar ao próprio escorpiano e as pessoas que o cercam. Quando esta direcção e sentido conformam-se num carácter negativo, invejoso e irresponsavelmente ambicioso o escorpiano se mostra destrutivo. Todavia, quando esse carácter é positivo, franco e consciente da lei do carma e do darma, o escorpiano actua como um agente potencial de superação e transmutação pelo mundo, infundindo novas esperanças e promovendo a cura. Diz a lenda que existem três tipos de escorpianos: a serpente, a fénix e o próprio escorpião. A serpente, menos evoluída dos três, rasteja e seduz maliciosamente para levar às pessoas ao erro e o rancor. O escorpião, ainda tentado instintivamente a controlar as pessoas, muitas vezes se pega em contradição, mas já está num caminho de aprendizado e aperfeiçoamento. Por fim, teríamos a fénix, que renascida de suas próprias cinzas é capaz de voar acima das aparências, contemplar a beleza e ajudar as pessoas a seguirem um caminho de transmutação dos instintos e paixões. Dimitri Camiloto

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