Não me falem em crise!
Não tenhamos um discurso miserabilista pois o que acontece é que nos habituámos mal. Comportámo-nos como as crianças: ficámos fascinados com tantas escolhas possíveis que, agora, em época de aperto, queixamo-nos de que teremos de ser menos gulosos (consumir menos eletricidade, comprar com mais critério e juizo, aproveitar para comer melhor, ensinar aos nossos filhos a economizarem e a passarem a acredita que não são as "Adidas", as "Nikes" ou os "Nokias" que lhes dão personalidade e distinção).
E, nesta época de crise, olhemos para o resto do mundo onde milhões de pessoas vivem muito pior do que alguma vez aconteceu em Portugal.
Desculpem o desabafo mas já estou cheio de ouvir lamúrias e gastarmos energias que podíamos aplicar para tentar vivermos bem com menos!!!
O tempo, meus amigos, é de mudança. E não procuremos resolver os novos problemas com velhas soluções. Não resultam. E não culpemos apenas os governantes. Facemos um ato de reflexão e analisemos até que ponto cada um de nós também contribuiu para o estado lastimoso das finanças do país.
Temo que nossa inteligência coletiva também tenha entrado em crise. O que seria muito grave e assustador.
Nelson S. Lima
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