domingo, 14 de junho de 2009

DA ESCURIDÃO PARA A LUZ:

Todos nós temos uma sombra, um lado desprovido de luz, que normalmente desejamos esconder do mundo. Nós procuramos negar-lhe a existência, o que torna a luta mais árdua.
É comum tratarmos nossa sombra de maneira áspera, por não condizer com o indivíduo que queremos exibir para o mundo. Isso nos leva a fingir ser algo que não somos ou a negar a forma como nossa história passada realmente se deu.
Nosso lado sombrio consiste em defeitos de carácter que ocultamos de modo a nos sentir seguros. Tais defeitos são partes de nós mesmos sobre os quais não exercemos nenhum controle real. Vamos pensar nos defeitos, como imperfeições, pois estas estão relacionadas com nossos problemas de controle e nossas tentativas para sermos perfeitos.
A escuridão não é sinônimo de maldade ou negatividade, porém por vezes representa esses conceitos, a nossa sombra, não é necessariamente má ou negativa. A maldade pode originar-se e alimentar-se dos medos humanos. O medo ao castigo mantém boa parte das nossas imperfeições hermeticamente trancadas na escuridão, onde nem nós mesmos queremos tomar conhecimento delas por acreditar que nesse caso, deveríamos nos punir por sua causa. Uma alma dividida entre a escuridão e a luz se mantém fraca, ao contrário, a alma unificada é forte, equilibrada e destemida. Para deixar de punir a nós mesmos para integrar e sobrepujar as partes de nós mesmos que estamos ocultando, devemos olhar para a escuridão acendendo a luz.
A luz da verdade permite-nos olhar para nosso lado obscuro e aceitá-lo enquanto parte de nossa totalidade. Da mesma forma como um espelhinho pode reflectir a luz como o farol, se nossa alma estiver iluminada com a luz da verdade, iluminaremos a escuridão com o nosso reflexo próprio e brilharemos como uma fulgurante luz da verdade para o resto do mundo. Para nos mantermos equilibrados e verdadeiramente em paz interior, devemos praticar a honestidade para connosco mesmos descobrir nossa legítima essência e aceita-la.
Não nascemos perfeitos, nascemos com determinados aspectos de nós mesmos que são conflitivos, nossos pontos mais fracos podem se tornar nossa maior força. Não superaremos nossas fraquezas se as escondermos ou negarmos nossos sentimentos. Quando começarmos a nos sentir corajosos o bastante para encarar nosso lado sombrio sem julgar nós mesmos como maus, aprenderemos formas de iluminar a escuridão.A projecção é um mecanismo de defesa que usamos para responsabilizar os outros por nossas próprias faltas ou presumir que uma outra pessoa sente a emoção da qual estamos inundados, mas não queremos encarar, quando não examinamos nosso lado sombrio, podemos terminar projectando-o nos outros. Tomar conhecimento da projecção em nós e nos outros nos permitirá perceber a sombra de nós mesmos e dos outros. Se conseguirmos separar a mágoa de uma agressão e olhar para aquilo que a pessoa que nos agride está projectando, poderemos aprender um bocado a respeito disso e do espaço de onde as projecções se originam.
É virtualmente impossível não nós projectarmos ; detectamos partes de nós mesmos nos outros, aquilo que mais percebemos nos outros quer de positivo ou negativo, são aspectos do nosso próprio eu. Para vermos o que está atrás de nos precisamos de um espelho. Existem partes de nossa personalidade que só conseguimos enxergar quando reflectidas na personalidade do outro.
Usufrua da projecção, quando for objecto de projecção perceba que ela é um Dom no sentido da compreensão e não fique apegado ao que está sendo dito a seu respeito, pratique o desapego. Quando você mesmo estiver projectando , aprenda a investigar aquilo que está projectando e determine se é prejudicial para si próprio e para aqueles que o rodeiam. A atenção e a vigília conduzem a uma progressão natural de novas escolhas e maneiras de ser.

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