quinta-feira, 13 de agosto de 2009

AUTO-AJUDA:







Para alguém mudar seus estados de espírito para melhor só tem um caminho, o do próprio esforço nesse sentido. É o “aprender a ajudar a si mesmo”. Isto significa crescer, começar a andar com os próprios pés, jogando fora as muitas muletas que nos têm acompanhado o crescimento espiritual. Jesus, ao dirigir-se aos enfermos, dizia: “Levanta-te e anda”, indicando claramente que eles é que deveriam ajudar-se. Não era Ele, Jesus, quem os segurava pela mão e os auxiliava a andar. Ordenava e deixava o restante para a iniciativa e os esforços de quem queria curar-se.Sabemos que a nossa vida é uma contínua interacção entre a mente, os corpos físico e espiritual, as emoções e os sentimentos, que a cada passo sofrem atritos internos e externos, motivados pelas situações que vamos vivenciando e, tudo isso, acrescido ainda das pressões procedentes do inconsciente, do clima formado pelas imagens ali arquivadas ao longo dos tempos. Somos, portanto, seres complexos e como tais precisamos aprender a nos auto-ajudar.
Existe uma bela história sobre um mestre Zen, Joshu:
Um dia, Joshu caiu na neve e gritou 'Ajude-me! Ajude-me!'. Um discípulo de Joshu aproximou-se e deitou-se ao seu lado.
Joshu riu, levantou-se e disse ao discípulo: 'Certo! Perfeitamente certo! Isso é o que eu estou fazendo com você também.'
Joshu tinha caído na neve e gritado, 'Ajude-me! Ajude-me!' Mas não havia necessidade alguma. Se você caiu, você pode se levantar. A mesma energia que fez você cair, consegue fazer você se levantar. A pessoa que não consegue se levantar, não consegue nem mesmo cair. A mesma energia que o leva a se perder, pode trazê-lo para casa. A pessoa que não consegue voltar para casa, não consegue também se perder, porque é necessário energia.
É a mesma energia! Você está mantendo os seus olhos fechados, e e gastando muita energia para mantê-los fechados. A mesma energia que os está mantendo fechados, se relaxados, irá ajudá-los a se abrirem.
Aquele discípulo é um discípulo de verdade. Ele entendeu Joshu perfeitamente bem. Ele sabe que ele criou uma situação, ele deitou-se conscientemente. Talvez o discípulo estivesse passando e Joshu caiu - criou uma situação - e gritou, 'Ajude-me! Ajude-me!' E o discípulo veio e deitou-se ao seu lado. Ele não o ajudou, em absoluto. Um mestre é compassivo , ele tem compaixão. Um mestre verdadeiro não pode segurar suas mãos, porque isso o manterá sempre dependente. Trazer a pessoa para fora à força, é o mesmo que mantê-lo ainda dentro. Na hora em que o mestre soltar suas mãos, a pessoa voltará para o seu velho mundo, para a sua velha mente.
Um mestre verdadeiro ajuda sem ajudar. A sua ajuda é muito indirecta, ele nunca vem imediatamente ajudá-lo. Ele vem de maneira muito subtil. Ele se aproxima como uma brisa muito frágil, não como uma ventania selvagem. Ele se aproxima como uma aura, invisível. Ele ajuda , mas nunca força. Ele ajuda apenas até onde a pessoa está pronta para ir, nunca um passo a mais. Ele nunca empurra violentamente, porque qualquer coisa feita violentamente será perdida, mais cedo ou mais tarde.
Aquilo que não se desenvolveu de livre e espontânea vontade, se perderá. Não se pode desfrutar aquilo que não cresceu em seu ser espontaneamente. A verdade pode ser dada, e irá ser jogada fora, porque não será reconhecida.Pode ser forçada a acordar, mas irá cair no sono no momento em que o mestre se for.

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